A criatividade não precisa de fórmulas prontas. Muitas vezes, as melhores ideias surgem quando nos permitimos experimentar, falhar e tentar de novo.

É tão tentador procurar o “manual de instruções” para aquilo que queremos criar. Seguir um roteiro parece dar-nos segurança, como se houvesse uma receita infalível para garantir que tudo vai correr bem. Já deste por ti a fazer isso? A querer tanto avançar com um projeto que sentes a necessidade de saber exatamente como funciona, qual o caminho certo, qual a melhor forma de fazer?

Eu sinto isso tantas vezes! Quando quero dar vida a um novo projeto, acabo por pesquisar exemplos, estudar casos semelhantes, tentar perceber como outros já o fizeram. Não há nada de errado em procurar inspiração — mas, por vezes, essa busca transforma-se num peso. Em vez de inspiração, procuro certezas; em vez de liberdade, procuro aprovação de um caminho já feito. E, sem perceber, começo a duvidar da minha própria intuição, a acreditar que não sou capaz porque não sei exatamente como fazer. Mas será que precisamos mesmo de saber tudo antes de começar? Será que não aprendemos mais quando nos permitimos avançar, experimentar, ajustar, errar e recomeçar? Quantos projetos ficaram pelo caminho só porque achámos que não sabíamos o suficiente, ou porque não tínhamos a garantia de que iria resultar? E se, afinal, desse certo? E se aquela ideia que tens guardada no caderno fosse exatamente o que precisavas de experimentar agora?

A verdade é que nada precisa de ser para sempre. Podemos começar, mudar de rumo, parar e recomeçar quantas vezes quisermos. Isso, para mim, é liberdade — e, curiosamente, é o valor que mais desejo e, ao mesmo tempo, aquele que mais me custa dar a mim mesma. Quero sentir-me livre para criar, mas sou eu quem mais se limita com dúvidas e exigências. Por isso, deixo este lembrete para ti (e para mim): experimentar, errar e tentar de novo é não só permitido, como é a melhor forma de aprender e crescer. Não precisamos de carregar o peso de acertar à primeira, nem de fazer tudo “como deve ser”. O importante é avançar, mesmo sem certezas.

Qual é o projeto que tens guardado e que queres tanto ver ganhar vida? Vamos juntos? Eu já comecei o meu. E tu?