O mundo está cheio de inspirações escondidas — basta olhar com curiosidade e abrir espaço para o inesperado no teu processo criativo.

Tudo o que vemos, sentimos, ouvimos é uma fonte de inspiração! Mas já imaginaste teres uma ideia a cada coisa que olhas, que tocas, que ouves, que sentes, que cheiras… tivesses uma nova ideia? Acho que seria um caos, um estimulo constante e muito cansativo. Por isso, temos de ver as coisas como banais e comuns… Simplesmente habituamo-nos às coisas que vemos todos os dias e elas acabam por se tornar “mais do mesmo”.

Quando estamos no nosso dia-a-dia, a trabalhar e a fazer a vida vemos as coisas como sempre vemos, mas e se pudermos ligar um botãzinho que nos faz ver o mundo de formas diferentes, simplesmente com outros olhos…?

Há forma de ativarmos e desativarmos essa habilidade, porque nem sempre podemos estar no nosso lado mais criativo. Como diz John Cleese, nós operamos em dois modos: modo aberto e modo fechado, em que o aberto é o mais criativo e o fechado é o executor. Na realidade, precisamos dos dois mesmo.

Quando estás no teu modo fechado, estás mais racional, mais pragmático e vês as coisas como mais do mesmo, o importante é racionalizar, executar, e realizar. Mas se estiveres sempre nesse modo, não dás espaço a novas ideias e não vês as coisas de outras perspectivas, acho que é quando temos o tal do Bloqueio Criativo.

Então, como mudar de um para o outro, já que os dois são tão importantes e essenciais? Eu acho que é interessante se associarmos cada modo a um lugar diferente, e se possível, termos o espaço do modo aberto, para expandir a nossa criatividade; e o lugar do modo fechado, para quando voltamos do lugar criativo com muitas ideias e coisas para colocar em prática e efetivamente executar as nossas ideias. Acho que pode ajudar, mas o cérebro é bem mais complexo do que isso e nem sempre é possível o fazermos assim tão rapidamente, apenas mudando de lugar.

Se estivermos muito tempo “presos” no modo fechado há pequenas coisas que podemos fazer na nossa rotina para ajudar a ir para o lado mais divertido, podes ver algumas dessas pequenas coisas no artigo Rotinas que estimulam a criatividade. Além disso, podemos tornar o lugar do modo aberto o mais criativo e estimulante possível, cheio de referencias e coisas que nos inspirem, para facilitar o processo de mudança.

Agora, para mim, acho que o mais difícil, é entrar no modo fechado e aí é começar. Transformar a ideia num projeto, dividi-lo em partes e atribuir tarefas a cada fase do projeto. Aí imaginaste a criar um “guide line” para alguém executar, explicando e simplificando da melhor forma possível para que tudo esteja claro e com DATAS. Depois de fazeres o projeto com tudo detalhado e bem explicado, fazes uma pausa e só depois voltas. Ainda dentro do modo fechado, entras na parte de efetivamente executar! Vês o projeto que foi criado, vê as datas definidas e coloca no teu calendário/agenda e começa a seguir as instruções que estão no projeto. Lembra-te que podes sempre adaptar. Mas com cuidado! Se for um pequeno ajuste, tudo bem, podemos fazer, se for um ajuste grande, teremos de voltar ao processo todo… Indo ao modo aberto novamente como forma de criarmos soluções novas para algum problema que tenha surgido e depois ajustar o projeto e voltar à parte de executar.

Esta é a forma que melhor funciona no meu processo criativo que espero que experimentes e que funcione para ti também.

Lembra-te a inspiração está em todo o lugar, escondida em pequenas coisas, como um padrão de plantas, uma estrada cheia de carros parados ou uma estação de comboios em hora de ponta… Só tens de “decidir” se queres estar no teu modo aberto ou no modo fechado.